ABIFA participa de webinar: Estratégias para a retomada no setor de fundição

Organizado pelo Canal Dr Refugo, o evento aconteceu em 4 de junho, com a participação de Afonso Gonzaga, presidente da ABIFA – Associação Brasileira de Fundição; Vicente Abate, presidente da ABIFER – Associação Brasileira da Indústria Ferroviária; Laercio Cavallari, diretor-comercial da BR Matozinhos; e José Santos de Araújo, diretor-geral da Amsted Maxion.

 

Afonso-Gonzaga

Afonso Gonzaga

Vicente-Abate

Vicente Abate

Laercio-Cavallari

Laercio Cavallari

José-Santos-de-Araújo

José Santos de Araújo

Confira os principais pontos colocados pelos profissionais participantes.

Setor de fundição – Panorama

• Segundo levantamento da ABIFA, atualmente a indústria de fundição trabalha com 45% da sua capacidade instalada, que é de 4 milhões de toneladas.

• O setor está sendo fortemente impactado pela redução da demanda do segmento automotivo, que absorve 56% da sua produção. Gonzaga está confiante com a retomada deste segmento no segundo semestre, mas lembra que o setor está tendo novamente uma grande oportunidade de diversificar a sua produção, visto que a fundição está envolvida em praticamente todos os segmentos, muitos dos quais não foram tão prejudicados com a pandemia.

• Um bom exemplo nesse sentido foi apontado por Cavallari, uma vez que 75% a 80% da demanda da BR Matozinhos é focada no mercado de energia eólica. Com os leilões realizados a partir do último trimestre de 2019, a empresa está operando com 80% da sua capacidade instalada. A preocupação agora é com futuros leilões, que ainda não foram marcados.

• Outra boa notícia, de acordo com Gonzaga, é que o setor de fundição não parou de investir, ou seja, não houve cancelamentos de compras de máquinas e equipamentos.

• As promessas de investimento em infraestrutura, se concretizadas, beneficiarão a indústria de fundição, grande fornecedora do segmento de saneamento.

• Com o câmbio no patamar em que se encontra, as exportações são favorecidas e até uma alternativa para a redução da demanda interna, embora a externa também tenha caído. No entanto, o abastecimento interno de insumos e matérias-primas é uma grande preocupação, tanto com relação à oferta quanto aos preços praticados.

Indústria ferroviária – Panorama

• O setor já vinha sofrendo em 2019, com uma capacidade ociosa de 90%, o que Abate chamou de “grau dramático”.

• Como sempre há exceções, como é o caso da AmstedMaxion, que hoje opera com 80% da sua capacidade. De acordo com Araújo, houve queda de demanda e a empresa não baterá a meta estipulada no início do ano, mas estes 80% estão bem acima da média do setor de fundição.

• Sobre o futuro do setor, Abate traz com empolgação a renovação por antecipação da Rumo, que nos próximos cinco anos deve investir R$ 6 bilhões, movimentando o mercado ferroviário. Na sequência devem vir novas renovações, injetando outros R$ 4 bilhões no mercado.

• Falando em 2020, Abate menciona a importância da antecipação das compras do primeiro semestre de 2021 por parte das concessionárias, com vistas a minimizar os impactos da pandemia na indústria ferroviária.

Estratégias para a retomada no setor de fundição

Entre os pontos colocados como fundamentais pelos participantes, com vistas a manter a saúde financeira do setor, destacam-se:

• Investimento em gestão: É primordial que esta agenda esteja no dia a dia do fundidor, em especial a gestão de custos, chão de fábrica e pessoas.

• A mão de obra empregada na indústria de fundição é altamente qualificada e leva anos para ser formada. Demissões devem ser evitadas a todo custo.

• Lean manufacturing / redução de desperdícios: São fundamentais para o alcance da rentabilidade adequada.

• Fidelização dos clientes: Com o cumprimento de prazos e qualidade.

• Diversificação da produção

• Inovação/Indústria 4.0