Consumidor brasileiro volta a confiar no país – INEC é o maior desde Jan/2014

Segundo pesquisa realizada pela CNI – Confederação Nacional da Indústria, em novembro o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC) aumentou 2,7% na comparação com outubro, alcançando 113,6 pontos. Trata-se do maior valor desde janeiro de 2014 e a quinta alta consecutiva do indicador, que está 5,8 pontos acima da média histórica, de 107,8 pontos. O INEC deste mês foi 12,5% maior do que o registrado em novembro do ano passado.

Ao analisar os resultados, Marcelo Azevedo, economista da CNI, afirma que “a melhora da confiança é fundamental para o crescimento econômico. Consumidores mais confiantes têm mais disposição para comprar. Isso gera aumento da demanda, da produção, do emprego e dos investimentos, que fazem a economia girar em ritmo mais forte”.

O aumento do INEC é resultado, especialmente, da melhora das perspectivas dos brasileiros sobre a inflação e o emprego. O indicador de expectativas para a inflação subiu 8,6% e o de desemprego aumentou 6,5% em relação a outubro. Quanto maior o indicador, maior é o número de pessoas que espera a queda da inflação e do desemprego nos próximos seis meses. Na comparação com novembro de 2017, o indicador de expectativas de inflação subiu 25% e o de desemprego cresceu 19,1%.

O indicador de expectativa aumentou 3,3% em relação a outubro, registrando um crescimento de 17,9% frente a novembro do ano passado. Isso mostra que os brasileiros esperam o aumento da renda pessoal nos próximos meses. Além disso, o indicador de endividamento subiu 1,1% frente a outubro e está 15,8% maior do que o do mesmo mês de 2017, o que evidencia que os brasileiros estão menos endividados.

No entanto, os consumidores ainda mostram insegurança em relação à situação financeira. Essa conclusão é feita com base no indicador de situação financeira, que ficou praticamente estável neste mês, na comparação com outubro. Embora ele esteja 16,6% acima do registrado em novembro do ano passado, o índice ainda continua abaixo de sua média histórica, de 103,2 pontos.

De acordo com a pesquisa, o único componente que está abaixo do nível registrado em novembro de 2017 é o de compras de bens de maior valor, como móveis e eletrodomésticos. Na comparação com outubro, o indicador caiu 0,5% e está 3,8% menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado, confirmando que os brasileiros estão mais cautelosos com as compras desse tipo de bem.

No entanto, Azevedo avalia que o aumento da confiança do consumidor cria as bases para a recuperação do consumo. “Com a confiança em nível elevado, é possível que as compras de Natal deste ano sejam melhores do que as do ano passado”.

Esta edição da pesquisa INEC, feita em parceria com o Ibope Inteligência, ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios brasileiros, entre os dias 8 e 12 de novembro.