Maior crise de oferta da história da indústria automotiva prejudica o desempenho do setor
Segundo a ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, a inédita crise de oferta, provocada pela carência global de semicondutores, continua derrubando os números do setor. Mesmo com uma ligeira melhora de +6,5% nas vendas em novembro, na comparação com outubro, os resultados ficaram muito aquém para um mês historicamente aquecido, de acordo com a entidade.
Os 173 mil autoveículos licenciados em novembro representaram um recuo de -23,1% sobre o mesmo mês de 2020, no pior novembro em 16 anos.
Apesar do retorno às atividades da maioria das fábricas, o ritmo de produção contínua prejudicado. Em novembro foram produzidas 206 mil unidades, +15,1% do que em outubro, porém -13,5% em relação a novembro de 2020, configurando o pior resultado para o mês desde a crise (de demanda) de 2015.
Sobre as exportações do setor, houve 28 mil unidades embarcadas, queda de -6% em relação ao mês anterior e de -36,3% sobre novembro do ano passado.
Luiz Carlos Moraes, presidente da ANFAVEA, afirma que “há muitos veículos incompletos nos pátios das fábricas, à espera de componentes eletrônicos. Esperamos que eles possam ser completados neste mês, amenizando um pouco as filas de espera nessa virada de ano”.
Com relação a 2022, Moraes acrescenta que “a expectativa para o próximo ano é de uma melhora gradual no fornecimento de semicondutores, embora a solução completa da crise só esteja prevista para o final de 2022”.
O presidente ainda chama a atenção para a diferença de desempenho de mercado dos veículos de transporte de carga, muito superior ao dos modelos voltados para passageiros.
No acumulado do ano, caminhões cresceram +46,3%, picapes +28,4% e furgões +27,8%, quando comparados aos volumes dos primeiros 11 meses de 2020. Por outro lado, automóveis recuaram -1,3%, vans cresceram +1,6% e ônibus subiram +0,7%.