ABIFA defende desoneração da folha de pagamento das fundições e cautela na regulação de preços de insumos e matérias-primas
O desempenho do setor de fundição no exercício 2021 reitera a sua importância para o desenvolvimento de toda a cadeia industrial que vem depois de nossas linhas de produção. Devemos chegar a dezembro com 2,5 milhões de toneladas produzidas, contando para isso com a colaboração de mais de 63 mil empregados.
O aumento do quadro de funcionários do setor tem sido progressivo, já chegando ao percentual de +11,5% em setembro/21, no comparativo com janeiro do mesmo ano, mas poderia ser ainda maior, caso o peso da mão de obra sobre os custos da fundição não fosse tão altos, mais precisamente na casa dos 30%.
Com estes números em mãos, a ABIFA esteve em Brasília juntamente com outros profissionais do setor, onde reivindicou e foi atendida com a protocolização da emenda aditiva à Lei nº 12.546, justificando a inclusão da indústria de fundição na desoneração da folha de pagamento. Caso aprovada, o valor recolhido mensalmente pelas fundições passa a ser de até 4,5% sobre a receita bruta da empresa, o que contribuirá para a criação de novos postos de trabalho e a manutenção dos atuais. Aguardamos a votação da referida emenda.
Outra demanda dos nossos associados diz respeito às variações de preços dos principais insumos e matérias-primas utilizados na fundição, que acumulam altas consecutivas. No caso da sucata de ferro e aço, a variação de preços entre janeiro e outubro foi de 71,25%, enquanto a do ferro-gusa foi de 41,74%. Em 2020, estes percentuais foram de 82,83% e 116,38%, respectivamente. Já resinas e ferroligas tiveram variação de preços da ordem de 50% e 90%, respectivamente, na mesma base de comparação.
Fornecedores de alumínio secundário já falam em aumentos de preços que ultrapassam os três dígitos, buscando renegociar as suas bases de preços.
Sabíamos que a economia “pós-pandemia” seria uma incógnita, cujos fatores estão sendo detalhados no exercício 2021. É fato que os custos industriais aumentaram, a exemplo da energia elétrica, gás natural, diesel e fretes marítimos (citando alguns), mas não podemos negligenciar a redução do poder aquisitivo do consumidor final. O repasse integral destes custos é absolutamente inviável.
Assim, enquanto Associação representante da indústria brasileira de fundição, a ABIFA se posiciona favorável ao diálogo ponderável, em busca de soluções que respeitem a lógica de mercado e a cadeia como um todo, da base ao consumidor final.
Afonso Gonzaga
Presidente da ABIFA – Associação Brasileira de Fundição