Com crescimento mês a mês, números do setor dão a crise por encerrada
O que se discute agora é o ritmo da recuperação
No dia 18 de setembro, 57 representantes do setor de fundição estiveram reunidos em Joinville (SC), para a reunião Plenária da ABIFA. Dando continuidade à ideia de realizá-la de forma itinerante, abrangendo todas as Regiões e associados do país, na ocasião o encontro aconteceu em um dos auditórios do Expoville, paralelamente à Metalurgia – Feira e Congresso Internacional de Tecnologia para Fundição, Siderurgia, Forjaria, Alumínio e Serviços.
Os números apresentados foram condizentes com as conversas nos corredores da feira e entre os expositores. A crise é dada por encerrada. O que se discute agora é o ritmo da recuperação da produção, que entre janeiro e agosto totalizou 1.540.621 t de fundidos. Trata-se de uma alta de 4,4% em relação ao mesmo período de 2017, embora no comparativo mensal – agosto 2018 (213.877 t) / agosto 2017 (204.839 t) – o incremento tenha sido maior, de 7,3%.
O aumento da produção de fundidos no ano é puxado pelo aço (+26,3% ante 2017), seguido do ferro (+5,6%). A produção de peças em metais não ferrosos, por outro lado, caiu 20% no comparativo anual (jan-ago 2018 / jan-ago 2017), compreendendo os fundidos de cobre (+1,3%), zinco (-3,3%), alumínio (-22,4%) e magnésio (-8,7%).
Aqui, no entanto, vale um parêntesis. Por questões tecnológicas, o peso das peças fundidas tem caído ano a ano, em especial daquelas produzidas em metais não ferrosos. Portanto, uma base comparativa mais exata deve levar em conta o número de peças fundidas e não a sua tonelagem, estatística que a ABIFA está providenciando e logo deve disponibilizar.
Tabela 1 – Produção acumulada de fundidos entre janeiro e julho de 2018. | |||
Metal | Jan-Jul 2018 (t) | Jan-Jul 2017 (t) | 2018/2017 (%) |
Ferro | 1.081.203 | 1.027.337 | 5,2 |
Aço | 131.907 | 108.317 | 21,8 |
Não ferrosos (total)
Cobre Zinco Alumínio Magnésio |
113.634
12.171 668 97.855 2.940 |
139.930
12.021 699 123.989 3.220 |
-18,8
1,2 -4,5 -21,1 -8,7 |
TOTAL | 1.326.744 | 1.275.584 | 4,0 |
De qualquer maneira, a discrepância entre o desempenho da indústria de fundição e a automotiva é notável. De acordo com a ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, o setor registrou em agosto o melhor mês dos últimos quatro anos, com a produção de 291,4 mil autoveículos. Este volume equivale a uma alta de 11,7% ante as 260,8 mil unidades do mesmo mês do ano passado e de 18,6% sobre as 245,8 mil de julho. Na soma dos oito meses transcorridos do ano, 1,97 milhão de veículos já foram produzidos, o que significa uma elevação de 12,8% se defrontado com as 1,75 milhão de unidades do ano passado. Reiterando, a produção de fundidos no mesmo período aumentou 4,4%.
Do total fundido, 1.278.803 t foi consumida no mercado interno; 5,9% mais do que nos oito primeiros meses de 2017. A diferença (261.818 t) foi exportada, o que em peso representa uma queda de 1,9%, porém em valores a alta foi de 2,8% (US$ 587.201,4 mil).
Tabela 2 – Exportações acumuladas de fundidos entre janeiro e julho de 2018, em peso e valores. | ||||||
Metal | Jan-Jul 2018 (t) | Jan-Jul 2017 (t) | 2018/2017 (%) | Jan-Jul 2018 (mil US$ – FOB) | Jan-Jul 2017 (mil US$ – FOB) | 2018/2017 (%) |
Ferro | 205.957 | 216.890 | -5,0 | 448.677,7 | 456.267,2 | -1,7 |
Aço | 16.604 | 16.317 | 1,8 | 43.050,5 | 41.704,9 | 3,2 |
Não ferrosos | 2.922 | 2.483 | 17,6 | 9,024,4 | 6.496,6 | 38,9 |
TOTAL | 225.482 | 235.691 | -4,3 | 500.752,5 | 504.468,7 | -0,7 |
Acompanhando o crescimento gradual da produção do setor, o número de profissionais nas fundições brasileiras segue aumentando. Em agosto eram 55.386 empregados, contra 55.072 em julho. A variação é pequena, de 0,6%, mas no comparativo anual (ago 2018 / ago 2017) ela já está em 5,4%.
Conforme temos noticiado, a ABIFA mantém a estimativa de crescimento do setor entre 6,5% e 7% no exercício 2018.
Fonte: Assessoria de imprensa | ABIFA