Desempenho do setor de fundição cai 5,1% em maio, afetado pela paralisação dos caminhoneiros

Em sua última Reunião Plenária, realizada em 26 de junho na sede da entidade, em São Paulo (SP), a ABIFA – Associação Brasileira de Fundição divulgou os números do setor referentes aos meses de janeiro a maio de 2018.

Como já era de se esperar, a greve dos caminhoneiros impactou negativamente na indústria de fundição, cuja produção recuou 5,1% em maio (176.498 t), em comparação com abril (185.981 t). Em relação a maio de 2017 (185.417 t), a queda da produção de fundidos foi de 4,8%.

No comparativo mensal (maio/abril 2018), o segmento mais prejudicado foi o de ferro, cuja produção caiu 6,2% (143.846 t), seguido do não ferroso (-3,4% ou 16.077 t). Por outro lado, a produção de fundidos em aço aumentou 3,8% em maio, ficando em 16.575 t.

Tabela 1 – Comparativo da produção de fundidos nos meses de abril e maio de 2018, afetada pela greve dos caminhoneiros.
Metal Maio (t) Abril (t) Maio/Abril (%)
Ferro 143.846 153.360 -6,2
Aço 16.675 15.974 3,8
Não ferrosos (total) 16.077 16.647 -3,4
Cobre 1.760 1.759 0
Zinco 100 93 7,5
Alumínio 13.797 14.375 -4
Magnésio 420 420 0
TOTAL 176.498 185.981 -5,1

Considerando-se o acumulado do ano, o desempenho da indústria de fundição segue positivo, com a produção total de 922.085 t. Isso representa um crescimento de 3,7% em relação ao mesmo período de 2017 e de 9,4% em relação a 2016.

Do total fundido entre janeiro e maio de 208, 755.980 t foram de ferro fundido, 85.630 t de aço e 80.475 t de metais não ferrosos: cobre (8.703 t), zinco (474 t), alumínio (69.198 t), magnésio (2.100 t).

Tabela 2 – Produção acumulada de fundidos entre janeiro e maio de 2018.
Metal Jan-Mai 2018 (t) Jan-Mai 2017 (t) 2018/2017 (%)
Ferro 755.980 714.076 5,9
Aço 85.630 77.670 10,2
Não ferrosos (total) 80.475 97.063 -17,1
Cobre 8.703 8.561 1,7
Zinco 474 506 -6,2
Alumínio 69.198 85.697 -19,3
Magnésio 2.100 2.299 -8,6
TOTAL 922.085 888.809 3,7

A maior parte deste volume foi absorvida no mercado interno (764.408 t), o equivalente a uma alta de 5,9% em relação à demanda brasileira de fundidos em 2017, neste mesmo período.

As exportações, na contrapartida, responderam por 17,1% da produção de fundidos entre janeiro e maio deste ano. Em peso, o volume de peças fundidas embarcadas foi de 157.677 t, o que representa uma queda de 5,5% no comparativo com 2017. Mais uma vez, neste caso também a queda das exportações é creditada à greve dos caminhoneiros em maio, visto que até então os embarques de fundidos estavam acumulando altas consecutivas mês a mês.

Em valores, dada a desvalorização do real frente ao dólar, as exportações de fundidos registraram alta de 5,1% no acumulado do ano, em relação a 2017.

Tabela 3 – Exportações acumuladas de fundidos entre janeiro e maio de 2018, em peso e valores.
Metal Jan-Mai 2018 (t) Jan-Mai 2017 (t) 2018/2017 (%) Jan-Mai 2018 (mil US$ – FOB) Jan-Mai 2017 (mil US$ – FOB) 2018/2017 (%)
Ferro 145.447 153.625 -5,3 322.014,70 308.773,60 4,3
Aço 10.331 11.439 -9,7 28.821,50 25.713,30 12,1
Não ferrosos 1.900 1.791 6,1 5.857,70 4.932,40 18,8
TOTAL 157.677 166.854 -5,5 356.693,90 339.419,20 5,1

Uma boa notícia é que o número de pessoal empregado nas fundições brasileiras continua aumentando. Em maio, o número de funcionários nas fundições totalizou 54.338 pessoas, 1,5% mais do que em abril, embora a produção em maio tenha sido inferior.

A partir destes números, temos que a produtividade mensal do setor ficou em 42,1 t homem/ano em maio, ainda bastante inferior às 58,4 t homem/ano de outubro de 2008, porém melhor que as pouco mais de 37 t homem/ano registradas em maio de 2016.

Previsões para 2018

Apesar do recuo da produção de fundidos em maio, a ABIFA mantém a sua estimativa de crescimento de 7% a 10% no exercício 2018, creditando a um evento pontual a queda do desempenho deste mês.

Com isso, o volume de peças fundidas em 2018 deve totalizar 2.440 mil toneladas.

 

Fonte: Assessoria de imprensa | ABIFA