Economia mundial deve registrar retração menos intensa do que a inicialmente projetada
Os encerramentos dos balanços do terceiro trimestre do “ano da pandemia” indicam que “a economia mundial deve apresentar retração menos intensa do que a inicialmente projetada, mas os desafios para os próximos anos seguem elevados”, segundo o FMI.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional, a retração mundial deve ser de -4,4%, com destaques para: Economias desenvolvidas (-5,8%), Japão (-5,3%), Estados Unidos (-4,3%), Zona do euro (-8,3%) e Economias emergentes em desenvolvimento, o que inclui o Brasil (-3,3%). Já a China, epicentro da pandemia, deve registrar crescimento de +1,9% em 2020.
Entre as economias emergentes, o Brasil se destaca, apesar das projeções de retração do PIB: -4,80% (Boletim Focus), -5,40% (Banco Mundial) e 5,80% (FMI). Para 2021, as expectativas são de alta do Produto Interno Bruto no país: +3,31% (Boletim Focus), +3,0% (Banco Mundial) e 2,80% (FMI).
Para a FIESP, o PIB industrial deve cair -4,7% em 2020, com destaque (negativo) da indústria de transformação (-7,1%). Em 2021, a previsão é de alta de +4,0% do PIB industrial e de +5,9% da indústria de transformação. Já o PIB agropecuário deve ficar em alta de +1,3% (2020) e +3,4% (2021).
Indústria de fundição
Especificamente o setor de fundição, incluído na categoria “indústria de transformação”, tem registrado recuperação acima da prevista no início da pandemia, quando a queda chegou a -30% (em abril).
Em setembro, a produção de fundidos somou 190.783 t, de modo que em relação a abril/20, pior mês, a alta é de +36,27%. Já no acumulado do ano, a queda é de -14,4% em relação a 2019, segundo a ABIFA – Associação Brasileira de Fundição.
A entidade ainda não divulgou a previsão para o exercício 2020, pois o impasse com relação aos insumos que abastecem a indústria de fundição tem sido um entrave para a sua plena recuperação. A reclamação dos preços praticados recai tanto para fornecedores nacionais como do exterior.
Minério de ferro
No caso do minério de ferro, a alta acumulada dos preços praticados entre janeiro e outubro é de +75,2% em reais e +29,2% em dólar. No mesmo período, a valorização da moeda americana foi de +35,6%.
Resinas
No caso das resinas, a alta dos preços foi de 18,4% na mesma base de comparação, de acordo com a FIESP. A entidade acredita na continuidade de reajustes dos preços internos, se aproximando dos aumentos ocorridos nos importados.
Segundo fontes do setor, a expectativa é de normalização do mercado até o fim do ano (Fonte: FIESP).
Alumínio
Segundo compilado pela FIESP, os preços internacionais do alumínio tiveram uma valorização de +2,7% em dólar e +39,3% em real, no período de janeiro a outubro.
No caso dos preços domésticos, as altas foram de +5,1 a +20,2%.
De acordo com a entidade, “a valorização do dólar e aumentos de preços internacionais podem levar a novos reajustes nos preços domésticos”. De acordo com fontes do setor, a previsão é de normalização da oferta a partir de novembro.
Ferro-gusa
O caso do ferro-gusa é ainda mais “gritante”, com a alta dos preços domésticos de +60,4% (Jan-Out) e dos preços de exportação de +11,4% (em dólar) e +51,0% (em real) – Fonte: Fiesp.
Segundo a entidade, “as exportações, que apresentaram queda de -46,5% em setembro/20, cresceram +48,9% em outubro, voltando ao mesmo de outubro de 2019. A perspectiva é que com os repasses de preços no mercado interno, a oferta se normalize, com exportações em patamares similares aos de 2019”.