Indústria automotiva: Produção estável esbarra na falta de semicondutores para voltar a patamares pré-pandemia
Em maio, a produção de autoveículos foi de 192,8 mil unidades; +1% superior à de abril, de acordo com o último levantamento da ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. Desde janeiro de 2021, o patamar de produção do setor fica entre 190 mil e 200 mil unidades, o que revela um tipo de “teto técnico” provocado não pela falta de demanda, mas pela crise global de fornecimento de semicondutores. Luiz Carlos Moraes, presidente da entidade, explica que “esse problema, o qual deve se alongar até os primeiros meses de 2022, é o responsável pelas paralisações temporárias de parte de nossas fábricas, algumas por períodos curtos, outras mais longos”. E ressalta: “Essa questão atinge vários setores industriais, mas o automotivo em especial, uma vez que um único veículo pode ter até 600 semicondutores em seus sistemas eletrônicos de motorização, câmbio, segurança, conforto, entretenimento etc.”. Com relação aos licenciamentos, em maio eles totalizaram 188,7 mil unidades, o que representa uma alta de +7,7% sobre o mês anterior, com destaque para os 11,5 mil caminhões, o melhor resultado do segmento desde dezembro de 2014. Elevação ainda maior tiveram as exportações: foram 37 mil veículos embarcados; +9,1% a mais do que em abril/21. No acumulado dos cinco primeiros meses de 2021, os licenciamentos de autoveículos chegaram a 891,7 mil, e as exportações a 166,6 mil.
Política industrial e visão de futuro da nação
Na opinião de Moraes, a crise dos semicondutores, com produção quase toda concentrada na Ásia, é reveladora de um desafio que precisa ser enfrentado pelo Brasil como uma nação com visão de futuro. “Estados Unidos e países da Europa captaram o sinal de alerta e já estão desenvolvendo políticas industriais no sentido de produzir localmente esses componentes eletrônicos, que são a base de toda a revolução tecnológica do 5G, Internet das coisas, automação e outras já em curso”.