Indústria brasileira do aço – Balanço e novas previsões
De acordo com o Instituto Aço Brasil, a produção brasileira de aço bruto aumentou +24,0% no 1º semestre de 2021, na comparação com os seis primeiros meses de 2020, enquanto as vendas internas cresceram +43,9% e o consumo aparente subiu +48,9% no mesmo período. As exportações, por sua vez, diminuíram -13,7%, enquanto as importações aumentaram +140,6%.
Os números positivos do 1º semestre do ano e a perspectiva de que a demanda permanecerá aquecida ao longo do 2º semestre levaram a entidade a rever suas projeções para 2021.
Novas previsões
Há expectativa de que no atual exercício a produção de aço bruto cresça +14,0% (frente estimativa anterior de +11,3%), as vendas internas avancem +18,5% (frente projeção de +12,9%) e o consumo aparente aumente +24,1% (frente estimativa de +15,0%).
Demanda aquecida
Segundo o Instituto, o cenário atual é bem diferente daquele de abril de 2020, quando o setor do aço chegou a operar com 45,4% de sua capacidade instalada. “Hoje, com a forte retomada dos pedidos de compra, o nível de utilização da capacidade instalada do setor é de 73,5%”.
Em comunicado, a entidade afirma que “a demanda atual pode ser explicada não só pela retomada dos setores consumidores, mas também pela recomposição de estoques e até mesmo pela formação de estoques defensivos de alguns segmentos, que procuraram se proteger do cenário de volatilidade do mercado, provocada pelo movimento mundial de boom nos preços das commodities”.
Insumos e matérias-primas, em especial minério de ferro e sucata, tiveram significativa elevação de preços, causando forte impacto nos custos de produção da indústria do aço em âmbito mundial.
Boom de preços
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) constatou que os preços do aço praticados nos mercados internos dos países são os mais elevados desde o ano 2000.
Segundo o Instituto Aço Brasil, “preocupa, entretanto, o enorme excedente de oferta de aço no mundo, devido ao excesso de capacidade produtiva (da ordem de 560 milhões de toneladas), que gera práticas desleais de comércio, escalada protecionista e desvios das exportações para mercados sem proteção, como é o caso do Brasil e demais países da América do Sul. Vários países vêm adotando medidas de proteção dos seus mercados, tais como a Seção 232 nos EUA e salvaguardas na Europa. É preciso atenção no processo de abertura comercial da economia brasileira, sendo necessário vincular a redução do imposto de importação à redução do custo Brasil, como vem sendo defendido pela indústria”.