Indústria brasileira do aço espera recuperação no 2º semestre

A produção brasileira de aço bruto caiu -17,9% no 1º semestre, na comparação com o mesmo período de 2019, enquanto as vendas internas sofreram queda de -10,5% de janeiro a junho, mesmo percentual de decréscimo do consumo aparente (-10,5%). As informações são do Instituto Aço Brasil.

Segundo a entidade, as exportações do setor diminuíram -8,1%, e as importações -17,0%.

Apesar do desempenho negativo, os números de junho foram melhores que os de maio, refletindo o começo de uma trajetória de recuperação. As vendas internas de aço em junho apresentaram aumento de 29,6% em comparação com o mês anterior, enquanto o consumo aparente subiu 29,4% e as exportações aumentaram 14,5%.

Em julho, o Índice de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) ultrapassou o patamar de 50 pontos. A volta da confiança do setor se deveu, preponderantemente, aos indícios de recuperação no 2º semestre. O ICIA cresceu 15,9 pontos na comparação com o mês anterior, atingindo 62,8 pontos. Com esse resultado, o índice se aproxima do patamar pré-pandemia (70,2 pontos em fevereiro).

Operando atualmente com apenas 48,5% da sua capacidade instalada, o setor tem expectativa de que a retomada do mercado interno ocorrerá de forma gradativa, sendo as exportações a alternativa de curto prazo para reduzir essa ociosidade.

Para a entidade, o maior incremento das exportações depende, no entanto, da recomposição do Reintegra, mecanismo pelo qual é feito o ressarcimento às empresas dos tributos presentes nas exportações. “O restabelecimento da alíquota do Reintegra no patamar de 3% possibilitará que a indústria de transformação recupere os níveis de produção anteriores ao início da pandemia e possa aumentar a oferta de empregos qualificados no país”.

No mercado doméstico, a expectativa do setor é que os projetos de infraestrutura e a construção civil sejam os principais drivers de consumo de produtos siderúrgicos, com uma retomada mais lenta dos demais segmentos consumidores, como o automotivo.