Indústria de fundição deve fechar o ano com alta de 6,1%, com destaque para aumento da demanda interna
Os números do setor de fundição referentes a setembro de 2018 foram apresentados em duas Reuniões Plenárias distintas, realizadas nos dias 19 e 23 de outubro, em Londrina (PR) e São Paulo (SP), respectivamente.
No total, participaram 53 profissionais do setor, entre fundições e fornecedores do setor, que nestes encontros têm a oportunidade de compartilhar a experiência de suas empresas, dando vida aos números compilados pela entidade.
Em setembro deste ano, a produção de fundidos totalizou 188.802 t, 11,7% menos do que em agosto. Em um primeiro momento essa retração assusta, mas já faz parte da média histórica. O motivo: quatro dias úteis a menos no mês. Para se ter ideia, o volume de autoveículos produzidos em setembro foi 23,5% inferior ao de agosto, pela mesma razão.
No acumulado do ano, os percentuais seguem positivos em 3,8%, no comparativo com os nove primeiros meses de 2017. Em peso, o total é de 1.729.423 t fundidas até setembro, entre ferro (1.404.839 t), aço (178.433 t) e metais não ferrosos (146.151 t), compreendendo o cobre (15.707 t), zinco (864 t), alumínio (125.800 t) e magnésio (3.780 t). Os detalhes estão na tabela 1.
Tabela 1 – Produção acumulada de fundidos entre janeiro e setembro de 2018. | |||
Metal | Jan-Set 2018 (t) | Jan-Set 2017 (t) | 2018/2017 (%) |
Ferro | 1.404.839 | 1.341.837 | +4,7 |
Aço | 178.433 | 138.923 | +28,4 |
Não ferrosos (total)
Cobre Zinco Alumínio Magnésio |
146.151
15.707 864 125.800 3.780 |
185.975
15.445 885 165.503 4.142 |
-21,4
+1,7 -2,4 -24,0 -8,7 |
TOTAL | 1.729.423 | 1.666.735 | 3,8 |
O mercado interno consumiu 1.435.866 t do total produzido, o que equivale a uma alta de 5% no comparativo Jan-Set 2017.
As exportações, por outro lado, somaram 293.577 t ou US$ 655.061,7 nos três primeiros trimestres de 2018 . Em peso, a queda foi de 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado, mas em valores o incremento foi de 2,7% (ver tabela 2). Neste caso, a alta é creditada à questão cambial, ou seja, à desvalorização do real frente ao dólar, e ao mix do volume exportado.
Tabela 2 – Exportações acumuladas de fundidos entre janeiro e setembro de 2018, em peso e valores. | ||||||
Metal | Jan-Set 2018 (t) | Jan- Set 2017 (t) | 2018/2017 (%) | Jan- Set 2018 (mil US$ – FOB) | Jan- Set 2017 (mil US$ – FOB) | 2018/2017 (%) |
Ferro | 267.924 | 275.752 | -2,8 | 587.276,8 | 579.163,0 | 1,4 |
Aço | 21.659 | 20.044 | +8,1 | 56.157,7 | 50.816,1 | 10,5 |
Não ferrosos | 3.975 | 3.126 | +27,1 | 11.627,2 | 8.040,1 | 44,6 |
TOTAL | 293.557 | 298.923 | -1,8 | 655.061,7 | 638.019,3 | 2,7 |
Com relação ao número de profissionais empregados nas fundições, notamos uma tendência de crescimento lento, porém ininterrupto. Em setembro, eram 55.485 colaboradores registrados, o que equivale a uma alta de 0,2% frente a agosto imediatamente anterior e de 5,9% sobre setembro de 2017.
Ao compararmos o ritmo de crescimento da produção e das contratações, a conclusão a que se chega é que a fundição brasileira está mais produtiva.
Em setembro, a produtividade do setor ficou em 42 t/h.a. O pior índice foi registrado em junho de 2016 (± 38 t/h.a) e o melhor em outubro de 2008 (58,4 t/h.a).
Projeções
Tendo em vista os números referentes ao desempenho do setor nos três primeiros trimestres do ano, a ABIFA estima que a produção de fundidos totalizará 2.350 mil t no exercício 2018. Caso essa projeção se confirme, o crescimento será de 6,1% em relação a 2017.
Para fins comparativos, o recorde de produção da indústria de fundição foi batido em 2008, com 3.355,2 mil t. O pior ano desde então foi 2016, com 2.103,0 mil t.
Voltando a 2018, a expectativa da Associação é que, em peso, as exportações mantenham-se estáveis em relação a 2017 (400 mil t). Em valores, a alta deve ser de 22%, com retorno a patamares históricos.
A demanda do mercado interno, por sua vez, deve fechar o ano com crescimento de 6% no comparativo anual.
Fonte: Assessoria de imprensa | ABIFA