Mais da metade das indústrias estão com dificuldades para obter insumos no Brasil, segundo pesquisa

O levantamento Sondagem Especial: Mercado de insumos e matérias-primas, foi realizado pela CNI – Confederação Nacional da Indústria. A pesquisa, que contou com a participação de 1.855 empresas de 27 setores das indústrias de transformação e extrativa, revelou dados bastante esclarecedores sobre o momento vivido pela indústria brasileira, que agora por um segundo efeito da pandemia. O primeiro, paralisou a produção. No segundo, faltam estoques, insumos e matérias-primas.

De acordo com a pesquisa:

• 68% das empresas consultadas estão com dificuldades para obter insumos ou matérias-primas no mercado doméstico.

• 56% das empresas que utilizam insumos importados regularmente estão com dificuldades em adquiri-los no mercado internacional.

• 82% perceberam alta nos preços, sendo que 31% falam em “alta acentuada”.

• 44% das empresas consultadas estão com problemas para atender os seus clientes. Entre as principais razões apontadas, destacam-se a falta de estoques (47%); demanda maior que a capacidade de produção (41%) e incapacidade de aumentar a produção (38%).

• Do total de empresas que não consegue aumentar a produção, 76% alegam que não conseguem fazê-lo devido à falta de insumos.

Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, explica que as empresas optaram por reduzir seus estoques para enfrentar a forte queda no faturamento e o difícil acesso ao capital de giro nos primeiros meses da crise. “A economia reagiu em uma velocidade acima da esperada. Assim, tivemos um descompasso entre a oferta e a procura de insumos. E tanto produtores quanto fornecedores estavam com os estoques baixos. No auge da crise, vimos a desmobilização das cadeias produtivas e baixos estoques. Além disso, temos a forte desvalorização do real, o que contribuiu para o aumento dos preços dos insumos importados”.