O cenário para máquinas e veículos comerciais pós-pandemia
A realidade deve se revelar mais positiva do que as previsões iniciais
Em 30 de junho, o portal Automotive Bussines promoveu a Live #ABX20, com a entrevista de Vilmar Fistarol, presidente da CHN Industrial América Latina, sobre o atual cenário dos mercados de máquinas e veículos comerciais.
Com a medição de Pedro Kutney, a Live aconteceu em um momento em que todos os fabricantes de veículos comerciais (caminhões e ônibus) e máquinas agrícolas e de construção já voltaram a operar suas fábricas, ainda que em ritmo menor.
Quando questionado sobre esse retorno, Fistarol destacou que as previsões iniciais, felizmente, foram mais pessimistas do que mostra a realidade. “Houve sim retração, mas em geral esses mercados estão indo melhor do que esperávamos”, afirmou.
O executivo contou que com relação à pandemia, o grupo acertou e errou em suas previsões e medidas. De acordo com ele, todos os mercados nos quais a CNH Industrial atua (máquinas agrícolas e de construção New Holland e Case, caminhões e ônibus Iveco e motores FPT) estão indo melhor do que inicialmente previsto. “No setor de construção erramos um pouco [para baixo]; esperávamos queda bem maior. Caminhões também foram menos afetados pela crise. Mas onde mais erramos foi na área agrícola, que segue com crescimento expressivo, com exportações e câmbio favorável”.
Todas as unidades industriais do grupo voltaram a operar em meados de abril, com otimismo moderado.
Para Fistarol, o Plano Safra 2021, o qual prevê a concessão de R$ 236 bilhões em crédito ao agronegócio, deverá ajudar o setor de máquinas e caminhões também. No entanto, ele pondera que somente uma pequena parte do programa, de R$ 9 bilhões, é destinado ao Moderfrota (programa de renovação de máquina agrícolas administrado pelo BNDES). Os juros de 5% a 6% ao ano também são considerados altos diante da taxa básica (Selic) estabelecida atualmente em 2,25% ao ano – o menor patamar da história.
Com relação à questão cambial, o executivo ponderou que a desvalorização acima 40% esse ano tem os seus prós e contras. Por um lado, favorece as exportações, inclusive do agronegócio, porém, por outro, aumenta os custos de componentes importados. E apesar dos bons índices de nacionalização, com essa desvalorização ficou inviável não repassar os aumentos.
Sobre os investimentos do grupo na região, Fistarol afirmou que nenhum foi cancelado; no máximo adiado para um pouco mais adiante.
E como toda crise traz lições, talvez a mais positiva dessa seja o comprometimento dos colaboradores com seus trabalhos em home office. O feedback recebido pelo grupo é que apesar da distância, “nunca estivemos tão conectados e próximos da liderança”. São cerca de 10 mil colaboradores na América Latina, dialogando e buscando soluções.