Pedidos de patentes relacionadas à Indústria 4.0 sobem de 5% para 57% do total em dez anos

Segundo levantamento inédito realizado pela CNI – Confederação Nacional da Indústria, a quantidade de pedidos de patentes de tecnologias da Indústria 4.0 no Brasil, aumentou 11 vezes na última década, na comparação com o total de depósitos.

Em 2008, o Brasil realizou 1.202 depósitos de patentes de invenções relacionadas às tecnologias da Indústria 4.0, o que representou 5% do total de 23.170 pedidos realizados naquele ano. Uma década depois, em 2017, o Brasil depositou 14.634 patentes relacionadas a essa indústria, o que representa 57% do total de 25.658 pedidos no ano.

No estudo, as tecnologias da Indústria 4.0 foram divididas em três grandes grupos: tecnologias centrais, tecnologias habilitadoras e setores de aplicação, seguindo os mesmos critérios do Escritório Europeu de Patentes.

Ao todo, somando os três grupos da Indústria 4.0, foram depositadas 35.196 patentes no Brasil em dez anos. Os pedidos aumentaram significativamente nos últimos três anos do período analisado, sendo que quase 75% foram feitos entre 2015 e 2017.

João Emílio Gonçalves, gerente-executivo de Política Industrial da CNI, avalia que o crescimento no número de pedidos de patentes relacionadas à Indústria 4.0 reflete uma tendência mundial, também apresentada no relatório europeu. “Para se tornarem líderes nessa corrida tecnológica, as empresas têm investido cada vez mais em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias habilitadoras da indústria 4.0”, completa.

No entanto, Gonçalves observa que o Brasil precisa acelerar o processo de implementação das tecnologias da Indústria 4.0, visto que as principais nações industrializadas e as empresas líderes mundiais têm o desenvolvimento dessa indústria como elemento central de suas estratégias.

“Além do desenvolvimento de tecnologias da Indústria 4.0, temos no Brasil o desafio de adotá-las com rapidez, a fim de reduzirmos a diferença de produtividade existente entre o Brasil e seus principais competidores internacionais”, conclui o executivo.