Previsões da CNI apontam para crescimento da economia e indústria em 2019

A CNI – Confederação Nacional da Indústria, divulgou no último dia 12 uma edição especial do seu Informe Conjuntural – Economia Brasileira. Segundo o documento, a economia brasileira deverá crescer 2,7% no próximo ano, impulsionada pela expansão de 3% da indústria e de 6,5% do investimento.

O consumo das famílias, outro importante motor do crescimento, deverá aumentar 2,9% em 2019.

No entanto, segundo a entidade, estas previsões só se concretizarão se o governo eleito fizer o ajuste duradouro das contas públicas, avançar nas reformas estruturantes, como a previdenciária e a tributária, e adotar medidas para melhorar o ambiente de negócios, entre as quais estão a desburocratização. Nas palavras de Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, “o país deve se unir em favor de medidas que impulsionem o desenvolvimento econômico e social”.

O material ainda avalia que há espaço para um crescimento maior e sustentado: “Se os avanços na agenda da transformação e das reformas forem substantivos, a resposta dos agentes econômicos poderá ser mais rápida e potencializar o crescimento. Os consumidores terão confiança para suas decisões de consumo e os empresários maior disposição para investir e contratar”.

Com esse cenário, a taxa anual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) poderá alcançar 3% ou mais no segundo semestre.

Tendo isso em vista, Andrade destaca que não há tempo a perder: “As tarefas são urgentes. É hora de avançarmos mais decididamente na total remoção dos obstáculos ao crescimento, com o enfrentamento de questões antigas, como as graves distorções do atual sistema previdenciário, que está à beira da inviabilidade financeira, e a complexidade do sistema tributário”.

Sobre o desemprego e a inflação

A CNI ainda estima que a taxa de desemprego cairá para 11,4%, a inflação ficará em 4,1%, a taxa nominal de juros básicos da economia alcançará 7,50% ao ano no fim de 2019 e a cotação média do dólar será de R$ 3,78. E mais: a balança comercial deverá fechar 2019 com saldo positivo de US$ 45 bilhões, enquanto a dívida pública continuará subindo, alcançando 79,5% do PIB.

A concretização deste cenário virtuoso, entretanto, corre riscos, sobretudo internos. De acordo com o Informe Conjuntural, se o país optar por reformas limitadas ou incompletas, a confiança dos empresários e consumidores diminuirá, o que conduzirá o país à estagnação da economia, como ocorreu em 2017 e 2018. O pior, no entanto, seria o adiamento ou a opção por não fazer as reformas.

Exercício 2018

O adiamento das reformas foi justamente um dos fatores que prejudicou os desempenhos da economia e da indústria em 2018, que ficaram aquém dos estimados no fim de 2017.

O PIB do país deve encerrar o exercício 2018 com crescimento de 1,3%; abaixo dos 2,6% previstos inicialmente. O PIB da indústria também deve crescer apenas 1,3%; menos do que os 3% estimados no início do ano.

Além do adiamento das reformas, sobretudo a da Previdência, o estudo lembra que as incertezas sobre as eleições, a greve que paralisou os transportes no país e o desemprego elevado prejudicaram a recuperação da atividade econômica em 2018.