Produção de autoveículos cai -31,6% em 2020
Para este ano, a projeção de crescimento é de +25%
De acordo com a ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, em 2020 o setor foi fortemente impactados pela pandemia da COVID-19, que interrompeu um ciclo de três anos de recuperação.
Dezembro foi o melhor mês do ano em vendas de autoveículos (243.967 unidades), com média diária de 11,6 mil unidades. No entanto, na comparação com 2019, apenas fevereiro de 2020 teve média de vendas superior, apesar da recuperação de mercado verificada no segundo semestre.
Segundo a entidade, a produção de 209.296 unidades em dezembro foi uma boa surpresa, apesar de todos os desafios logísticos, limitações de insumos e protocolos sanitários.
No acumulado do ano, os números do setor apresentaram quedas acentuadas, mas não tão drásticas como se projetava no início da pandemia. “A grande injeção de recursos emergenciais na economia e a força do agronegócio ajudaram a amenizar as perdas do segundo trimestre, quando boa parte das fábricas e lojas permaneceram fechadas”, afirma a Associação.
As vendas ao mercado interno totalizaram 2.058.437 unidades em 2020; queda de -26,2%. Com este volume, recuou-se ao patamar de 2016, auge da última crise econômica brasileira.
Já a produção, de 2.014.055 autoveículos, encolheu -31,6% em 2020, deixando a indústria automobilística com uma ociosidade técnica de quase 3 milhões de unidades.
As exportações, que somaram 324.330 de unidades, foram as piores desde 2002. Em valores, a receita de US$ 7,4 bilhões foi menos da metade do que se exportou em 2017 (US$ 15,9 bilhões).
O segmento de caminhões, impulsionado pelo agronegócio e pelo crescimento do e-commerce, foi o que teve as menores perdas entre os autoveículos, com queda de -11,5% nos licenciamentos em relação a 2019.
Comerciais leves caíram -16%, automóveis -28,6% e ônibus -33,4%. Já as máquinas agrícolas e rodoviárias venderam +7,3% que em 2019.
Projeções para 2021
A ANFAVEA estima um aumento de +15% no licenciamento de autoveículos, +9% nas exportações e +25% na produção em 2021. Estes índices são bons, porém insuficientes para a retomada dos patamares de 2019, pré-pandemia.
Para máquinas agrícolas e rodoviárias, a expectativa é de crescimento de +7% nas vendas, +9% nas exportações e +23% na produção.
Nas palavras de Luiz Carlos Moraes, presidente da entidade, “nunca foi tão difícil projetar os resultados de um ano, pois temos uma neblina à nossa frente desde março, quando começou a pandemia. Infelizmente, observamos uma segunda onda de COVID-19 em países do hemisfério norte, que parece ter chegado também ao Brasil. E sabemos que uma imunização pela vacina será um processo demorado, que tomará quase todo o ano, impedindo uma retomada mais rápida da nossa economia. Soma-se a isso a pressão de custos, as necessidades urgentes de reformas e surpresas desagradáveis, como o aumento do ICMS paulista”.