Quedas do índice de confiança do empresário e do PIB confirmam que Reformas da Previdência e Tributária são condições sine qua non para saída definitiva da crise

Índice de Confiança do Empresário Industrial

O ICEI – Índice de Confiança do Empresário Industrial ficou em 56,5 pontos no mês de Maio. O indicador acumula recuo de 8,2 pontos desde fevereiro, mas continua acima da média histórica de 54,5 pontos e distante da linha divisória dos 50 pontos, apontando que os empresários seguem otimistas. As informações são da pesquisa ICEI elaborada pela CNI – Confederação Nacional da Indústria.

Segundo Marcelo Azevedo, economista da entidade, o Índice de Confiança do Empresário costuma aumentar na passagem de dezembro para janeiro e, com mais intensidade, em períodos de mudança de governo. “Agora passamos por um momento de reavaliação, já que os empresários estão percebendo mais dificuldades nesse início de ano em relação à avaliação feita no fim de ano”, destaca. “O andamento da Reforma da Previdência seria muito importante para uma recuperação da confiança e poderia sinalizar o andamento de outras reformas também importantes, como a Tributária, que teria efeitos mais imediatos na economia.

Na avaliação da CNI, retração no ICEI foi causada principalmente pela piora das condições atuais da economia e da empresa, que recuou dois pontos e atingiu 47,8 pontos em Maio.

Em relação às expectativas, apesar do recuo de 1,8 ponto ante Abril, o índice registrou 60,8 pontos, sinalizando a confiança do empresário sobre a melhoria das condições futuras da economia e da empresa.

Esta edição do ICEI foi feita entre os dias 2 e 13 de Maio, com 2.404 empresas. Dessas, 952 são pequenas, 885 são médias e 567 são de grande porte.

PIB Industrial

O PIB Industrial caiu 0,7% no primeiro trimestre de 2019, em relação ao período anterior. Trata-se do segundo trimestre seguido de queda.

Nas palavras de Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, “esse resultado ruim do PIB demonstra de forma cabal que apenas com a realização de reformas estruturais, como a da Previdência e a Tributária, será possível o país retomar um novo e sustentável ciclo de crescimento”.

Para a CNI, o início de uma recuperação a partir do segundo trimestre passa pela tramitação da Reforma da Previdência, mas não se restringe a ela. Em nota, a entidade afirma que “o atraso na tramitação da reforma da Previdência dificulta avanços substantivos em outras agendas importantes para a competitividade e o crescimento, dentre as quais a Reforma Tributária”.

Marcos Cintra, secretário da Receita Federal, defende que diferentemente da Reforma Previdenciária, que é corretiva e busca conter e reduzir gastos, a Tributária é propositiva. “Bem trabalhada, estudada, articulada com todos os atores, a Reforma Tributária abrirá novos caminhos e, portanto, se apresenta não como um fator de correção de eventuais restrições a benefícios, mas de abertura a novos espaços, novos caminhos de atração de investimentos e facilitação de negócios”.

Glauco Côrte, vice-presidente da CNI, concorda e reitera que o Brasil tem pressa na realização de uma Reforma Tributária. “Uma reforma imediata, que possa, amanhã, ser acoplada à reforma do Poder Legislativo, é algo bastante animador. Esse é um primeiro passo que pode ser muito positivo”, finaliza.