Page 40 - Revista Fundição & Matérias-Primas

ENTREVISTA

no ponto de iniciar este plano, mas esperamos que isso ocorra assim que as reformas econômicas prometidas pelo
novo governo saiam do papel. Quanto ao terreno de Itaquaquecetuba, está reservado para as necessidades futuras.
A Lepe investiu na automação dos seus processos na década de 1990, quando já contava com equipamentos
de usinagem CNC e uma linha automatizada de moldagem de areia verde. Hoje falamos em uma 4ª Revolução
Industrial. Ela já chegou à Lepe?
Lepe: A 4ª Revolução Industrial está incorporada ao nosso planejamento estratégico. Contudo, por conta da
crise que se abateu nos últimos anos, não foi possível implementar todas as ações e executar os investimentos
necessários, embora várias atividades estejam sendo realizadas com este viés.

Em termos de perfil de faturamento, quanto da produção da empresa é destinada aos mercados interno e externo?
Lepe: O mercado interno absorve a maior parte dos nossos fundidos: 96%. Os demais são exportados para os
mercados norte-americano, asiático e europeu.

Como foi o ano de 2018 para a empresa?
Lepe: Em termos de resultado, em 2018 tivemos um crescimento da ordem de 20% em relação à 2017. No
entanto, ainda estamos longe de uma condição ideal, pois a base de comparação é muito fraca.

Quais as expectativas para 2019?
Lepe: As expectativas são muito positivas, ou seja, algo em torno de 20% de crescimento. Contudo, mais uma vez
a concretização deste prognóstico depende de vários fatores, em especial das reformas estruturais e econômicas.

Estamos no início de um novo governo. Quais as medidas necessárias para o fortalecimento da indústria nacional?
Lepe: É fundamental a redução da carga tributária sobre a produção; a desburocratização dos processos no rela-
cionamento empresas e governos; a melhoria da educação, provendo uma melhor capacitação da mão de obra;
oferta adequada de linhas de financiamento (em volume e custos); infraestrutura adequada e economicamente
viável para o escoamento da produção de bens e serviços e, numa visão macro, o equilíbrio fiscal do governo,
sendo a reforma previdenciária a mais importante. g
*As opiniões expressas pelos entrevistados não são necessariamente as adotadas pela ABIFA e pela revista Fundição & Matérias-Primas, que
podem inclusive ser contrárias a estas.