Page 24 - Revista Fundição & Matérias-Primas
P. 24
ENTREVISTA
Teksid avalia crise como oportunidade para
“olhar para dentro” e afirma: “Estamos mais fortes”
entrevistado desta edição O grupo possui fábricas na Itá- inaugurada em 2007, estando apta
é Antonio Kuskowski, lia, Portugal, Polônia, Méxi- a fundir 10 mil toneladas/ano.
O presidente da Teksid des- co, China e no Brasil, onde está Na conversa a seguir, Kuskowski
de julho de 2015. presente desde 1976. A empresa nos fala sobre a crise, as lições
De origem italiana, a Teksid re- conta com duas plantas em Betim que ela deixou, o atual momento
presenta um dos maiores grupos (MG). A mais antiga, de ferro, é da Teksid e as incertezas do país,
de fundição de autopeças do a maior fábrica do grupo Teksid, que impactam diretamente em
mundo, com capacidade produ- com capacidade instalada para a investimentos fundamentais para
tiva total de aproximadamente produção de 270 mil toneladas o alavancar efetivo da economia
620 mil toneladas anuais. anuais. A outra, de alumínio, foi brasileira.
Como o senhor vê o atual momento da indústria brasileira de fundição?
Kuskowski: Estamos vivendo um momento de recuperação no que diz respeito aos volumes, mas por outro
lado enfrentamos um cenário delicado de custos, devido ao constante aumento das principais matérias-primas
utilizadas em nosso processo produtivo.
Em sua interpretação, a crise acabou?
Kuskowski: Podemos dizer que o pior ficou para trás. Tempos de crise são sempre oportunos para olhar
para dentro e encontrar melhorias em processos e performance de uma forma geral. Aliado a isso, a Teksid
tem se dedicado muito à metodologia de WCM – World Class Manufacturing, que visa a uma produção em clas-
se mundial enxuta, sem perdas e desperdícios, valorizando os talentos e competências internas. Estou seguro
de que aprendemos muito nestes anos de crise e estamos mais fortes para enfrentarmos as turbulências e
novos desafios no futuro.
A Teksid é uma grande exportadora. Isso a resguardou de sofrer ainda mais durante a crise?
Kuskowski: Sem dúvidas os volumes de exportação foram fundamentais para que pudéssemos nos equilibrar
no período de crise no mercado interno.
Em que medida as incertezas políticas do país afetam a indústria de fundição?
Kuskowski: A incerteza política não afeta apenas o setor de fundição, mas a indústria como um todo. De-
cisões de investimento são muitas vezes proteladas por não haver um mínimo de previsibilidade do cenário
macroeconômico.
24 FMP, JULHO 2018