Page 26 - Revista Fundição & Matérias-Primas
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ENTREVISTANTREVISTA
Nafta e Europa. Além da desvalorização da nos-
sa moeda, as disputas comerciais entre os Estados
Unidos e a China também têm contribuído para o
aumento de oportunidades de exportação de itens
fundidos e usinados. O foco da maioria de nossos
clientes e seus Departamentos de Compras tem
mudado. A pandemia ensinou que não basta ser
um fornecedor “low cost”. Também é necessário
ser resiliente nas entregas, prazo e qualidade. Neste
quesito, nesta pandemia a China demonstrou uma
certa falta de resiliência, parando unidades de pro-
dução de diversos segmentos, em diferentes regiões
do mundo, por não entrega de componentes. Isso
levou os clientes a buscarem diversificação junto à
sua cadeia de fornecedores, usando a estratégia “be
local” para definir novos entrantes. Para produções
locais, são buscados fornecedores locais para aten-
der às principais necessidades, importando-se so-
mente o necessário ou aquilo no qual o custo local
Francisco Vita Júnior, diretor da Unidade de Fundidos e Usinados da
Indústrias Romi S.A. é proibitivo por algum motivo. Com a retomada da
produção global e a manutenção do real desvalo-
rizado frente ao dólar americano e ao euro, con-
juntamente com as mudanças de estratégia de “sourcing” mencionadas, abre-se uma janela importante de
oportunidade. Quem mais rápido se adaptar a esta realidade, mais rápido sairá desta crise.
Qual o perfil do mercado consumidor dos fundidos Romi?
Vita: A receita operacional líquida da unidade em 2019 foi de 32% para o setor automotivo comercial, 23% de
energia, 23% agricultura, 20% construção e 2% outros mercados.
Esse perfil tende a mudar em 2020, com as exportações ganhando maior espaço?
Vita: Por sermos uma empresa de capital aberto, não fazemos prognósticos. No entanto, o cenário atual tende
a apontar para uma mudança de perfil no médio a longo prazo. A atenção fica no quesito cambial, para não
termos um “voo de galinha” em função de mudanças drásticas e em curtos espaços de tempo.
Quais as principais medidas adotadas pela Romi nesses meses de pandemia?
Vita: Em linha às recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS),
tomamos diversas medidas preventivas com o objetivo de preservar a saúde dos nossos funcionários, fa-
miliares e parceiros de negócio. Inicialmente, trabalhamos em uma campanha interna de conscientização
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