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CADERNO TÉCNICODERNO TÉCNICO
Uma vez que a literatura indica que potencializar a vida útil dos com- austenítico por certo período de
a obtenção de matriz martensítica, ponentes em FFBAC. Para tanto, é tempo, visando à precipitação de
em detrimento das demais, gera comumente aplicado o tratamen- carbonetos secundários, seguido
uma menor perda por abrasão [1,3] , to de desestabilização da austeni- da aplicação de têmpera [4,5,15] .
sugere-se a utilização de trata- ta, que consiste na manutenção da Considerando-se que a principal
mentos térmicos como forma de peça em temperaturas do campo norma utilizada pelas fundições
nacionais (ASTM A532) deter-
mina apenas a dureza mínima,
não fazendo referência à máxi-
ma dureza possível de ser obtida
em determinada classe de ferro
fundido, normalmente são utili-
zados tratamentos térmicos com
configuração de tempo e tem-
peratura de austenitização, que
não otimizam a dureza da liga.
Nesses casos, é obtido um FFBAC
Fig. 3: A) Processo de corte por jato d’água utilizado para a obtenção dos corpos de prova comerciais. B)
Amostra comercial sendo cortada. C) Corpos de prova após corte e retifica. não otimizado quanto à dureza e,
consequentemente, à resistência
ao desgaste abrasivo .
[5]
Em paralelo à otimização de tem-
pos e temperaturas da desesta-
bilização da austenita, estudos
desenvolvidos com o intuito de
otimizar a dureza dos ferros fun-
didos indicam que quanto maior
o teor de cromo utilizado na liga,
menores serão as máximas dure-
zas obtidas por meio da aplicação
de tratamentos térmicos [16,5] , con-
forme demonstrado na figura 1a.
Tal efeito se deve à redução da so-
lubilidade do carbono na austeni-
ta, para maiores teores de cromo
(figura 1b), o que influencia di-
Fig. 4: Corpos de provas das duas diferentes ligas no estado bruto de fusão. A) Corpos de prova com liga
ASTM A532 classe III – tipo A. B) Corpos de prova com liga ASTM A532 classe II – tipo D. retamente, e de forma negativa,
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