Page 33 - Revista Fundição & Matérias-Primas
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Quais  as  principais  medidas  ado-
          tadas pela Fundimig nesses meses
          de pandemia?
          Campos: A Fundimig não demitiu
          nenhum funcionário durante a pan-
          demia. Somente no mês de junho
          usamos o programa de redução de

          jornada de trabalho e salário (25%),
          para regularizarmos os nossos es-
          toques. Reduzimos a produção em
          20% e tivemos uma parada de sete
          dias no mês de abril.              Fachada da empresa, que atua na fabricação, usinagem e montagem de componentes em ferro
                                             fundido.


          Na sua opinião, qual a palavra de ordem para a manutenção dos postos de trabalho e solidez do mercado?

          Campos: As ações de preservação de emprego do governo federal sem dúvida evitaram milhares ou milhões de
          demissões pelo Brasil. Acreditamos que o governo agiu certo em buscar programas de preservação de emprego
          no curto prazo. Entretanto, é necessário que as rotinas do comércio e setores de serviços sejam retomadas de
          fato. Sabemos que o poder do governo é limitado e estes programas de incentivo não irão e nem podem per-
          durar por muito tempo.




          Quais os principais problemas enfrentados pela empresa atualmente?

          Campos: Atualmente, enxergamos a questão da energia elétrica (tarifas de transmissão e demanda) como um
          problema não só para a Fundimig, como para o setor como um todo. Em julho, tivemos reajuste nas tarifas
          de transmissão autorizadas pela ANEEL da ordem de 7,5%. Com um inflação de 3,5% projetada para o ano
          e mercado em retração devido à pandemia, é totalmente incoerente a indústria sofrer aumentos 100% acima
          da inflação, autorizados pelo governo. Isso prejudica muito a nossa competitividade e, consequentemente, a
          rentabilidade.




          Além da paralisação de muitas atividades, a indústria está tendo que lidar com a desvalorização sem precedentes
          do real, o que está favorecendo as exportações. Como isso está afetando a Fundimig?
          Campos: A desvalorização cambial é sem dúvida algo positivo para o nosso setor. A Fundimig atualmente ex-
          porta por volta de 20% de sua produção, e estamos trabalhando para aumentar a participação da exportação
          em nosso negócio. Entretanto, a volatilidade atual do câmbio pode prejudicar investimentos e fornecimentos
          de matérias-primas importantes. É desejável uma taxa de câmbio atrativa para as exportações, mas o excesso de
          volatilidade pode atrapalhar investimentos no curto/médio prazo.


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