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Rio Negro. O pico a 400-700°C é Nas figuras 9 e 10, são apresentadas
bastante nítido, com valores de tem- as curvas de análise térmica diferen-
peratura de pico de 669°C a 676°C. cial para as bentonitas estudadas.
Nas figuras 8a/b, é possível notar A figura 9 evidencia a semelhança
que as bentonitas brasileiras da Pa- entre as curvas das bentonitas ar-
raíba apresentam picos de perda de gentinas, novamente com o pico
hidroxilas menos nítidos que as ar- de perda de hidroxilas bem níti-
gentinas, com temperaturas de pico do, e com temperaturas de pico de
de 484°C a 490°C. 685°C a 688°C; valores similares
A bentonita da Bahia mostra um aos obtidos via termogravimetria.
primeiro pico a 515°C, com um se- A figura 10 apresenta os resultados
gundo pico a 610°C. Esse tipo de das bentonitas brasileiras, sendo que
comportamento é característico de as bentonitas da Paraíba mostram
Fig. 5 – Cadinhos utilizados para acondicionar a bentonitas com cristalizações pecu- curvas semelhantes, com o pico de
amostra e material de referência no equipamento
STA 449C. liares, com a posição de hidroxilas perda de hidroxilas menos nítido do
em dois diferentes arranjos no re- que no caso das bentonitas argen-
de dois cadinhos. Em um deles, é colo- ticulado da esmectita (lacunas do tinas. As temperaturas de pico são
cada a amostra e, no outro, um material tipo trans mescladas com peque- de 481°C e 490°C. A bentonita da
de referência. Isso possibilita o ensaio nos percentuais de materiais com Bahia mostra aqui um pico de per-
de análise térmica diferencial (ATD), lacunas do tipo cis), mostrando da de hidroxilas mais nítido do que
que afere a diferença de temperatura da duas reações de perda de hidroxi- as da Paraíba, com temperatura de
amostra de bentonita analisada com um las . Este mesmo comportamen- pico de 518°C; muito similar ao re-
[12]
material de referência. to foi registrado em bentonitas de gistrado em termogravimetria. O
[13]
Nesse caso, o material de referência é a origem alemã . segundo pico situou-se em 612°C.
alumina calcinada, que, além da estabi-
lidade térmica nesse intervalo de tem-
peratura, também apresenta capacida-
de térmica semelhante à das argilas.
Resultados e
discussões
A figura 6 mostra curvas típicas de
termogravimetria para bentonitas
argentinas (fig. 6a) e paraibanas Fig. 6 – Curvas de termografia das bentonitas A1 (a) e A4 (b).
(fig. 6b). A diferença de perda de
massa na faixa 400°C e 700°C é ní-
tida, com queda mais acentuada da
bentonita da Paraíba.
As figuras 7 e 8 mostram as curvas
derivadas de termogravimetria.
Na figura 7, observam-se os resulta- Fig. 7 – Curvas derivadas de termogravimetria de bentonitas argentinas de Rio Negro. Bentonitas A1(a),
dos com as bentonitas argentinas de A2 (b), A3 (c).
FMP, OUTUBRO 2020 53