Page 53 - Revista Fundição & Matérias-Primas
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Rio Negro.  O pico  a  400-700°C é   Nas figuras 9 e 10, são apresentadas
                                            bastante nítido, com valores de tem-  as curvas de análise térmica diferen-
                                            peratura de pico de 669°C a 676°C.  cial para as bentonitas estudadas.
                                            Nas figuras 8a/b, é possível notar   A figura 9 evidencia a semelhança
                                            que as bentonitas brasileiras da Pa-  entre as curvas das bentonitas ar-
                                            raíba apresentam picos de perda de   gentinas, novamente  com o pico
                                            hidroxilas menos nítidos que as ar-  de perda de hidroxilas  bem níti-
                                            gentinas, com temperaturas de pico   do, e com temperaturas de pico de
                                            de 484°C a 490°C.                  685°C a 688°C; valores similares

                                            A bentonita da Bahia mostra um     aos obtidos via termogravimetria.
                                            primeiro pico a 515°C, com um se-  A figura 10 apresenta os resultados
                                            gundo pico a 610°C. Esse tipo de   das bentonitas brasileiras, sendo que
                                            comportamento é característico de   as bentonitas da Paraíba mostram
           Fig.  5  –  Cadinhos  utilizados  para  acondicionar  a   bentonitas com cristalizações pecu-  curvas semelhantes, com o pico de
           amostra e material de referência no equipamento
           STA 449C.                        liares, com a posição de hidroxilas   perda de hidroxilas menos nítido do
                                            em dois diferentes arranjos no re-  que no caso das bentonitas argen-
          de dois cadinhos. Em um deles, é colo-  ticulado  da esmectita  (lacunas  do   tinas. As temperaturas de pico são
          cada a amostra e, no outro, um material   tipo trans mescladas  com peque-  de 481°C e 490°C. A bentonita da
          de referência. Isso possibilita o ensaio   nos percentuais  de  materiais  com   Bahia mostra aqui um pico de per-
          de análise térmica diferencial (ATD),   lacunas  do tipo cis),  mostrando   da de hidroxilas mais nítido do que
          que afere a diferença de temperatura da   duas reações de perda de hidroxi-  as da Paraíba, com temperatura de
          amostra de bentonita analisada com um   las . Este mesmo comportamen-  pico de 518°C; muito similar ao re-
                                               [12]
          material de referência.           to foi registrado em bentonitas de   gistrado  em  termogravimetria.  O
                                                         [13]
          Nesse caso, o material de referência é a   origem alemã .            segundo pico situou-se em 612°C.
          alumina calcinada, que, além da estabi-
          lidade térmica nesse intervalo de tem-
          peratura, também apresenta capacida-
          de térmica semelhante à das argilas.

          Resultados e
          discussões

          A figura 6 mostra curvas típicas de
          termogravimetria  para  bentonitas
          argentinas  (fig.  6a)  e  paraibanas   Fig. 6 – Curvas de termografia das bentonitas A1 (a) e A4 (b).
          (fig. 6b). A diferença de perda de
          massa na faixa 400°C e 700°C é ní-
          tida, com queda mais acentuada da
          bentonita da Paraíba.
          As figuras 7 e 8 mostram as curvas
          derivadas de termogravimetria.
          Na figura 7, observam-se os resulta-  Fig. 7 – Curvas derivadas de termogravimetria de bentonitas argentinas de Rio Negro. Bentonitas A1(a),
          dos com as bentonitas argentinas de   A2 (b), A3 (c).


                                                                                       FMP, OUTUBRO 2020      53
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