Page 54 - Revista Fundição & Matérias-Primas
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CADERNO TÉCNICODERNO TÉCNICO
CA
A tabela 3 resume as temperatu-
ras críticas registradas nas curvas
de termogravimetria e ATD. Aqui
novamente nota-se a existência de
três grupos de bentonitas (Rio Ne-
gro – Argentina, Paraíba e Bahia),
com valores muito próximos de
temperaturas críticas. Verifica-se Fig. 8 – Curvas derivadas de termogravimetria de bentonitas brasileiras da Paraíba e da Bahia. Bentoni-
tas A4(a), A5 (b), A6 (c).
também a concordância entre a
ATD e a termogravimetria.
Comparando estes resultados das
bentonitas da Paraíba com os re-
portados na bibliografia 10 (tabe-
la 1), verifica-se que as bentonitas
comerciais apresentam, em média,
melhores resultados de durabili- Fig. 9 – Curvas de Análise Térmica Diferencial para as bentonitas argentinas de Rio Negro: A1 (a),
dade do que as amostras in natura. A2 (b), A3 (c).
Isso pode ser creditado à troca de
cátions por sódio, bem como a
uma boa seleção de matéria-prima.
A partir dos valores da tabela
3, foram construídas as retas de
correlação da figura 11, entre as
diferentes temperaturas. O úni-
co ponto fora da correlação foi Fig. 10 – Curvas de Análise Térmica Diferencial para as bentonitas brasileiras da Paraíba e da Bahia:
A4 (a), A5 (b), A6 (c).
a temperatura final da perda de
hidroxilas da bentonita da Bahia, tência com calcinações constam da gravimetria, permitindo caracte-
a qual provavelmente está rela- tabela 3, ilustrando as grandes dife- rizar as temperaturas de perda de
cionada com o pico duplo apre- renças entre as bentonitas em areias água de adsorção e água de consti-
sentado por esta bentonita.
de moldagem recicladas. tuição das bentonitas examinadas.
Estas correlações permitem esti- ■ As bentonitas argentinas de Rio
mar as temperaturas de início e fi- Conclusões Negro apresentaram um compor-
nal da perda de hidroxilas a partir tamento muito similar, com pico
da temperatura de pico; medida ex- Com base nos resultados experi- nítido de saída de água de constitui-
perimental que se consegue deter- mentais obtidos com as amostras ção com início a 602-606°C e valor
minar com grande precisão. de bentonitas comerciais brasi- máximo do pico a 669-676°C.
A partir das temperaturas de pico de leiras e argentinas utilizadas no ■ As bentonitas brasileiras da Para-
termogravimetria, foram ainda es- mercado de fundição do Brasil, íba também apresentaram compor-
timadas as perdas de resistência na conclui-se que: tamento muito similar, porém com
areia de moldagem. Para isso, foram ■ Ensaios de análise térmica di- pico de saída de hidroxilas menos
utilizados os resultados da figura 3. ferencial forneceram informações nítido do que no caso das argentinas,
Estas estimativas de perda de resis- equivalentes a ensaios de termo- com início a 433-442°C e valor
54 FMP, OUTUBRO 2020