Page 48 - Revista Fundição & Matérias-Primas
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                                               CADERNO TÉCNICO 1DERNO TÉCNICO 1







          Entretanto, por conta da aplicação,
          estes sais possuem potencial polui-
          dor, promovem a corrosão, emis-
          sões de NO  e se tornam um pas-
                     x
          sivo ambiental ao final do seu ciclo
          de utilização .
                     [16]
          Neste trabalho, é avaliada a realiza-
          ção de austêmpera utilizando fluxo
          de  ar  aquecido com temperatura
          arbitrada em 220°C, como meio de
          resfriamento  para  a obtenção  de
          ADIs com patamar de austêmpera
          em 300°C, 350°C e 400°C.

          Após  os ciclos de austêmpera, a
          microestrutura foi analisada, a du-
          reza medida e demais propriedades
          mecânicas apenas estimadas.


                                             Fig. 1 – Diferentes ciclos de austêmpera.
          Materiais e métodos

          Foram  confeccionados  corpos de   contagem de nódulos por milíme- dido nodular, foi utilizado um for-
          prova (CP) de formato retangular,   tro quadrado média é de 101 (±17),  no do tipo mufla, resistivo, previa-
          com aproximadamente 265 g e 21    sendo 62% (±7%) do tipo 1.         mente  aquecido  e  com  atmosfera
          mm de lado X 83 mm de compri-     A composição química é apresenta-  de CO/CO , de modo a reduzir a
                                                                                          2
          mento, a partir de um componente  da na tabela 2, tendo sido determi-  oxidação e descarburação superfi-
          de ferro fundido nodular na condi-  nada em espectrômetro de emissão   cial. A etapa de austenitização foi
          ção bruto de fusão. Em cada ciclo  óptica em amostra coquilhada.     realizada por 90 min, a 900°C.
          foi empregado um corpo de prova.   Instrumentalizou-se  os corpos de   A temperatura na região central dos

          Como  é  possível  observar  na  fi-  prova com termopares do tipo K,   CPs foi monitorada durante todo o
          gura 2D, o ferro fundido nodular  tomando-se o cuidado de manter a   ciclo de tratamento, por meio de um
          apresenta matriz predominante-    ponta do termopar na posição cen-  equipamento de aquisição de dados
          mente perlítica.                  tral do corpo de prova; região cuja   com taxa de aquisição de 2 Hz.

          Analisando nove imagens não ata-  taxa de resfriamento é menor.      Ao serem  retirados do forno de
          cadas, verificou-se que aquela com  Para a austenitização do ferro fun-  austenitização, os corpos de prova
                                                                               foram conduzidos imediatamente
                                                                               para  o dispositivo soprador  de  ar
          Tab. 2 – Composição química do ferro fundido nodular (% mássica).    quente, que  promoveu  o seu  res-
               C           Si         Cu         Ni        Mn         Mo       friamento até a temperatura objeti-
              3,56        2,30       0,66       0,53       0,32      0,18      vada de austêmpera do ciclo.
              Mg          Cr          Sn         P          S         Fe       O fluxo no dispositivo era de apro-
              0,33        0,03       0,02       0,02      0,007       Bal.     ximadamente um 1 m /min de ar
                                                                                                    3

          48      FMP, SETEMBRO 2020
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