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CA
CADERNO TÉCNICO 1DERNO TÉCNICO 1
tempo necessário para o CP atingir Microestrutura austêmpera é reduzida - algo já ob-
a temperatura objetivada para o pa- Em todos os ciclos de austêmpera, servado nos estudos com ligas con-
tamar de austêmpera. tendo adições de Ni, Cu e Mo .
[18]
foi observada a formação de aus-
As variações na taxa de resfriamen- ferrita livre de perlita. Utilizando a tabela 2 de conversão
to possuem como provável causa o Na figura 2, nota-se que para tem- da ASTM 370 , é possível estimar,
[19]
posicionamento dos CPs dentro do peraturas mais elevadas, a morfo- conforme a ASTM 897 , que o ci-
[20]
duto de ar quente utilizado no res- logia da ausferrita é mais grosseira. clo de T = 400°C é possivelmente
α
friamento e pequenas variações na Isso se deve ao fato dos mecanis- adequado para a obtenção de ADI
posição do termopar. mos de crescimento serem prepon- Grade 1; o ciclo de T = 350°C é
α
A diferença de tempo para se derantes em relação aos mecanis- possivelmente adequado para ADI
atingir a T se deve aos intervalos mos de nucleação. Grade 2; e o ciclo T = 300°C é
α
α
entre a temperatura de austeni- Por outro lado, o ciclo de 300°C possivelmente adequado para ADI
tização e a temperatura de aus- apresentou a microestrutura mais Grade 3.
têmpera dos diferentes ciclos. O refinada, pois nesta temperatura os
fato do fluxo de ar estar a 220°C mecanismos de nucleação atuam Conclusões
também contribui, pois quando de maneira mais significativa. Os diferentes ciclos de austêmpera
se tem menor diferença de tem- promoveram incrementos na du-
peratura entre o corpo de prova reza de:
e o fluxo de ar, a taxa de transfe- Propriedades mecânicas:
rência de calor é reduzida. Dureza e microdureza ■ 5,32% para o ciclo T = 400°C
α
A tabela 4 apresenta os resultados ■ 25,88% para o ciclo T = 350°C
As alternativas para aumentar a taxa α
de resfriamento incluem aumentar das medidas de dureza e microdu- ■ 48,93% para o ciclo T = 300°C
α
o fluxo de ar, reduzir a temperatura reza do material bruto de fusão e
do fluxo até valores pouco acima dos diferentes ciclos. A análise do conjunto de resul-
da temperatura de início da trans- Os valores de dureza e microdure- tados permitiu concluir que nas
formação martensítica e aumentar za são coerentes, ocorrendo incre- condições experimentais é possí-
a turbulência do fluxo. mento conforme a temperatura de vel obter ADI realizando o res-
friamento com ar forçado aqueci-
do, pois a severidade foi suficiente
para a obtenção de ausferrita livre
Tab. 4 – Dureza e microdureza dos ADIs obtidos nos diferentes ciclos e bruto de perlita.
de fusão.
Ciclo HRC DP* HRC HV 100g DP* HV 100g Bibliografia
Bruto 28,2 0,8 - - 1] B. V. Kovacs: Development of austem-
T = 400°C 29,7 0,7 354 20 pered ductile iron (ADI) for Automobile
Crankshafts, J. Mater. Eng. Perform.,
a
T =350°C 35,5 0,5 443 12 vol. 22, no 10, p. 2795–2800, 2013.
a
2] M. J. Pérez, M. M. Cisneros, H. F. Ló-
T = 300°C 42,0 0,4 530 30 pez: Wear resistance of Cu–Ni–Mo aus-
a
tempered ductile iron, Wear, vol. 260, no
*Desvio padrão
7–8, p. 879–885, abr. 2006.
50 FMP, SETEMBRO 2020