Page 50 - Revista Fundição & Matérias-Primas
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CA
                                               CADERNO TÉCNICO 1DERNO TÉCNICO 1







          tempo necessário para o CP atingir   Microestrutura                  austêmpera é reduzida - algo já ob-
          a temperatura objetivada para o pa-  Em todos os ciclos de austêmpera,   servado nos estudos com ligas con-
          tamar de austêmpera.                                                 tendo adições de Ni, Cu e Mo .
                                                                                                           [18]
                                            foi observada a formação de aus-
          As variações na taxa de resfriamen-  ferrita livre de perlita.       Utilizando a tabela 2 de conversão
          to possuem como provável causa o   Na figura 2, nota-se que para tem-  da ASTM 370 , é possível estimar,
                                                                                            [19]
          posicionamento dos CPs dentro do   peraturas mais elevadas, a morfo-  conforme a ASTM 897 , que o ci-
                                                                                                     [20]
          duto de ar quente utilizado no res-  logia da ausferrita é mais grosseira.   clo de T  = 400°C é possivelmente
                                                                                       α
          friamento e pequenas variações na   Isso se deve ao fato dos mecanis-  adequado para a obtenção de ADI
          posição do termopar.              mos de crescimento serem prepon-   Grade 1; o ciclo de T  = 350°C é
                                                                                                    α
          A diferença de tempo para se      derantes em relação aos  mecanis-  possivelmente adequado para ADI
          atingir a T  se deve aos intervalos   mos de nucleação.              Grade 2;  e  o ciclo  T  =  300°C é
                                                                                                    α
                    α
          entre a temperatura de austeni-   Por outro lado,  o ciclo  de  300°C   possivelmente adequado para ADI
          tização e a temperatura de aus-   apresentou  a microestrutura  mais   Grade 3.
          têmpera dos diferentes ciclos. O  refinada, pois nesta temperatura os
          fato do fluxo de ar estar a 220°C  mecanismos  de  nucleação  atuam  Conclusões
          também contribui, pois quando  de maneira mais significativa.        Os diferentes ciclos de austêmpera
          se tem menor diferença de tem-                                       promoveram incrementos na du-
          peratura entre o corpo de prova                                      reza de:
          e o fluxo de ar, a taxa de transfe-  Propriedades mecânicas:
          rência de calor é reduzida.       Dureza e microdureza               ■ 5,32% para o ciclo T  = 400°C
                                                                                                    α
                                            A tabela 4 apresenta os resultados  ■ 25,88% para o ciclo T  = 350°C
          As alternativas para aumentar a taxa                                                        α
          de resfriamento incluem aumentar   das medidas de dureza e microdu-  ■ 48,93% para o ciclo T  = 300°C
                                                                                                      α
          o fluxo de ar, reduzir a temperatura   reza do material bruto de fusão e
          do  fluxo  até  valores  pouco  acima   dos diferentes ciclos.       A análise do conjunto de resul-
          da temperatura de início da trans-  Os valores de dureza e microdure-  tados permitiu  concluir que nas
          formação martensítica e aumentar  za são coerentes, ocorrendo incre-  condições experimentais é possí-
          a turbulência do fluxo.           mento conforme a temperatura de    vel obter ADI realizando o res-
                                                                               friamento com ar forçado aqueci-
                                                                               do, pois a severidade foi suficiente
                                                                               para a obtenção de ausferrita livre
           Tab. 4 – Dureza e microdureza dos ADIs obtidos nos diferentes ciclos e bruto   de perlita.
           de fusão.

               Ciclo          HRC        DP* HRC       HV 100g    DP* HV 100g  Bibliografia
               Bruto          28,2         0,8           -            -        1]  B.  V.  Kovacs:  Development  of  austem-

             T  = 400°C       29,7         0,7          354          20           pered ductile iron (ADI) for Automobile
                                                                                  Crankshafts, J. Mater. Eng. Perform.,
              a
             T  =350°C        35,5         0,5          443          12           vol. 22, no 10, p. 2795–2800, 2013.
              a
                                                                               2] M. J. Pérez, M. M. Cisneros, H. F. Ló-
             T  = 300°C       42,0         0,4          530          30           pez: Wear resistance of  Cu–Ni–Mo aus-
              a
                                                                                  tempered ductile iron, Wear, vol. 260, no
           *Desvio padrão
                                                                                  7–8, p. 879–885, abr. 2006.
          50      FMP, SETEMBRO 2020
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